terça-feira, 25 de setembro de 2012

É preciso vomitar o "sapo barbudo"


Por Roberto Amaral, na CartaCapital:

Quem quiser, no que resta de esquerda brasileira, que construa castelos de areia sobre a ilusão do fim da luta de classes, ou da conciliação dos interesses populares com a burguesia reacionária, rentista, quatrocentona, de nariz arrebitado e cartórios na Avenida Paulista. Nossas ‘elites’ conservadoras têm consciência de classe, mais aguda e mais profundamente que os dirigentes da Força Sindical. A classe dominante (vai a expressão em desuso como homenagem ao sempre saudoso Florestan Fernandes) conhece seus objetivos e sabe escolher os adversários segundo a ‘periculosidade’ que atribui a cada um. Uns são adversários passageiros, ocasionais, outros são inimigos históricos, que cumpre o quanto antes eliminar.

Lula, considere-se ele intimimamente de esquerda ou não, socialista ou não, é, independentemente de sua vontade, esse inimigo fundamental: de extração operária (daí, contrário senso, a boa vontade da classe média com Dilma, pois não vem do andar de baixo) está, no campo da esquerda, no campo popular e no campo das lutas sociais. Para além, portanto, das reivindicações econômicas do sindicalismo, quando chegou a encantar certos setores da burguesia que nele viam então apenas uma alternativa sindical aos cartéis do “peleguismo”, dóceis, e do que restava de varguismo e comunismo. 

Hoje, queira ou não, continua a ser o “sapo barbudo” que a direita foi obrigada a engolir, mas está sempre tentando regurgitar. A direita — impressa ou partidária (esta sob o comando daquela, ambas mercantis, desligadas do interesse nacional) –, ao contrário de certos setores pueris de nossa esquerda, age em função de seus objetivos estratégicos e em torno deles se unifica. Recua, quando necessário, em pontos secundários em face de dificuldades conjunturais para avançar no fundamental, exercitando a lição leninista do “um passo atrás, dois à frente”. Muitos de nós operam na inversão da frase.

No governo, cingido à realidade fática da “correlação de forças”, nosso governo (o de coalisão liderado pelo presidente Lula, que abarcou todos os partidos de esquerda e mais os apêndices que foram do centro à direita assistencialista) não realizou as reformas políticas, da estrutura estatal, que poderiam, passo a passo, abrir caminho para uma efetiva, ainda que a médio e longo prazos, alternância de poder.

Neste ponto, conciliou com mais competência que Vargas e Jango (pois se manteve no poder e o conservou ao fazer sua sucessora), para realizar o que não conseguiram esses seus antecessores, atingidos que foram por golpes de Estado, do que Lula se livrou em 2005. O governo Lula realizou, porém, o inaceitável: transferir o centro ideológico dos interesses do Estado para as maiorias marginalizadas pelo capitalismo predador, o que o tornou inimigo estratégico da nossa carcomida direira. E, audacioso – rompendo com o complexo de vira-latas das ‘elites’ econômicas alienadas ao forâneo–, construiu (salvas a Amorim-Samuel-Marco Aurélio) uma inserção soberana no cenário internacional, rompendo com décadas de submissão aos interesses externos, cujo exemplo maior é oferecido pelas administrações dos dois Fernandos. Ao contrário de Jânio, que acenava no plano externo com uma política independente para no campo interno realizar uma política recessiva e anti-popular, Lula, que encontrou falido o país de FHC, rompe com a submissão recessivista para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros até então marginalizados.

Para a burguesia reacionária essa política soou como um rompimento com a “Carta aos brasileiros”, e era o sinal para a tentativa de desestabilização do governo.

Tudo o que se segue é história recente, daí decorrente.

Nada de novo, portanto.

A direita brasileira foi sempre, é, e sempre será golpista. Não podendo derrotar Vargas, impos-lhe o golpe-de-Estado de agosto de 1954, consumado com a posse de Café Filho e o governo reacionário – leia-se anti-nacional - de Eugênio Gudin-Eduardo Gomes-Juarez Távora. Derrotada pelo povo na tentativa de impedir a posse de Jango, impôs-lhe o golpe de Estado de 1964, abrindo as portas para a ditadura militar. O grande legado histórico da UDN e da “grande imprensa”. Antes, por cinco anos, tentara, inclusive com insurreições militares e seguidos pedidos de impeachment (e a oposição dos jornalões de sempre) desestabilizar o governo JK. Ora, se o presidente era um quadro do pessedismo conservador, tinha como vice-presidente o inaceitavel Jango e sua administração apoiada pelos comunistas. Em 1954, para fazer face ao nacionalismo de Vargas, a direita inventou um “mar de lama”, que, como as armas de Saddam Hussein, jamais existiu. Em1964 a aleivosia foi uma “conspiração comunista” que a simples fragilidade do governo, derrubado sem resistência, revelou fantasiosa. Agora, e como sempre, os herdeiros do golpismo, aprendizes medíocres do lacerdismo anacrônico, investem na injúria e na mentira para tentar denegrir a honra do mais importante líder popular contemporâneo.

Eis um inimigo que precisa ser destruído, como a era Vargas que FHC prometeu apagar da história.

Uma notória revista de questionável padrão ético, alimentada por “segundo consta” e “segundo teria dito” um réu da ação penal 470, procura, uma vez mais e não pela última vez, politizar o julgamento do “mensalão”, tentando aproximá-lo do ex-Presidente. Este objetivo é perseguido, incansavelmente, mediante, intrigas e futricas, desde 2005.

A imprensa levanta a tese, e, como respondendo a um reflexo condicionado, como o cão de Pavlov, os Partidos de direita assumem a acusação leviana como bandeira de lutas.

Estranha história: são as atuais forças da reação – PSDB e DEM (e o penduricalho do PPS) — as fundadoras, no primeiro governo FHC, da grande fraude que foi a compra de votos para assegurar a imoral aprovação da emenda permissiva da reeleição. Foi o PSDB que, no governo de Eduardo Azeredo, com os personagens de hoje, fundou o “mensalão”. Foi o DEM do “mosqueteiro” Demóstenes quem deu sustentação à quadrilha de Cachoeira e foi o DEM de Arruda quem instalou o “mensalão”, no Distrito Federal. São essas as forças que apontam o dedo sujo na direção do presidente Lula.

A história não se repete, sabemos (a não ser como tragédia ou farsa) mas no Brasil ela é recorrente: direita impressa, meramente mercantil ou partidária, ou seja, a direita em quaisquer de suas representações, reiteradamente derrotada nas urnas, está sempre em busca de uma crise política salvadora, que a leve ao poder, pelo golpe inclusive, já que pelo voto não o consegue. A infâmia, a mentira, a calúnia, são, no caso, preços moralmente irrelevantes que a reação brasileira está disposta a pagar para “varrer a era Lula”.

O mundo está menor. Semana passada chegou a temida notícia da morte de Carlos Nelson Coutinho, certamente o mais importante filósofo de minha geração. Só nos resta chorar nossa solidão crescente.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Brasil rechaça arrogância dos EUA


Editorial do sítioVermelho:

O Brasil respondeu à altura ao representante de Comércio Exterior do governo dos EUA, Ron Kirk, que enviou ao Itamarati uma carta impertinente e mal educada criticando as medidas tomadas pelo governo para proteger a economia nacional.

Na carta, os norte-americanos pedem ao Brasil que volte atrás nessa decisão, considerada por eles como "protecionista". Ron Kirk argumentou que as medidas "vão contra os esforços mútuos" de liberalizar o comércio no âmbito mundial, "erodem" as negociações comerciais multilaterais e prejudicariam "significativamente" as exportações dos EUA em áreas "cruciais" da sua pauta de exportações. "Os aumentos de tarifa significativamente restringem o comércio a partir dos níveis atuais e claramente representam medidas protecionistas", escreveu.

Além da crítica às medidas tomadas por um governo cioso da soberania nacional, a carta trouxe algumas ameaças muito claras, falando em “responder na mesma moeda”, e manifestando, “em termos fortes e claros”, a preocupação dos Estados Unidos em relação às medidas tomadas pelo Brasil (e também pelo Mercosul!).

A resposta brasileira foi uma clara e direta reafirmação da soberania brasileira e de repúdio contra a arrogância. Segundo o Itamaraty, a carta é "injustificável" e "inaceitável". "Não gostamos nem do conteúdo nem da forma. Consideramos injustificadas as críticas, não têm fundamento", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Trata-se, enfatizou, de uma forma de comunicação que “não é aceitável, não ajuda e não reflete” o “bom relacionamento" entre os dois países.

No passado, os governos brasileiros foram, quase sempre, submissos às pressões vindas de Washington, principalmente durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso.

Isso mudou, como a resposta do Itamaraty confirma e o Brasil não aceita mais a bisbilhotice estrangeira nos negócios nacionais. A tomada de decisões em defesa da economia brasileira não ultrapassou os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), uma vez que a nova alíquota média para taxar as importações, que passou dos 12% para 25% para produtos industrializados estrangeiros, está muito abaixo do limite de 35% estabelecido por aquela entidade. 

As novas alíquotas representam medidas de defesa contra medidas predatórias dos países ricos e dos EUA que, elas sim, ameaçam o desenvolvimento brasileiro. São medidas necessárias e soberanas, e o julgamento sobre sua conveniência cabe apenas às autoridades brasileiras. A reação dos EUA contra elas, considerada “absurda” pelo ministro da Economia Guido Mantega, revela uma pretensão de mando e submissão superada, que o Brasil não aceita, nem pode aceitar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Arthur Virgílio contratou Noblat?


Por Altamiro Borges, em seu blog

O tucano Arthur Virgílio está desesperado. Depois da derrota nas eleições para o Senado em 2010, ele agora corre o risco de perder a disputa para a prefeitura de Manaus. Pesquisa Ibope divulgada ontem apontou que a candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB) subiu dez pontos nas intenções de voto e empatou com o rival do PSDB. Já a projeção para o segundo turno indica a vitória da senadora – 43% a 39%. No desespero, o “valentão” partiu pra baixaria e já conta com a “assessoria de imprensa” de Ricardo Noblat, do jornal O Globo.

Nesta semana, o blogueiro da famiglia Marinho postou vários artigos para tentar evitar o novo fiasco de Arthur Virgílio. Até parece que ele foi contratado pelo tucano. Ele tenta estancar a sangria causada pela agressão à senadora promovida por um cabo eleitoral do PSDB na semana passada. O jagunço cuspiu no rosto de Vanessa, num gesto repugnante registrado em fotos e que resultou em um inquérito policial. Diante do desgaste, o tucano alegou que o episódio foi uma “farsa”.  E Noblat, numa atitude nada nobre, repete a sua versão.

O "espantoso cinismo" de Noblat

O seu artigo mais asqueroso foi publicado hoje (21), no final da tarde. Noblat, que fez tanto escarcéu no episódio da “bolinha de papel” que atingiu José Serra nas eleições de 2010, não condena a cusparada contra Vanessa. Pelo contrário. Ele critica o “espantoso cinismo da senadora”. Isto porque num primeiro momento a mídia do Amazonas divulgou que ela fora atingida por ovos. Para o jornalista, não foram ovos, mas cuspes! Daí a “farsa”. Na ótica partidarizada de Noblat, “o ovo não passara de cuspe”!

A assessoria da senadora já havia movido ação na Justiça contra Ricardo Noblat. Magoado, o “assessor de imprensa” de Arthur Virgílio postou um texto ainda mais agressivo, que pode até ser acusado por machismo e estímulo à violência. Na prática, esta atitude só revela que bateu o desespero no tucano e no seu blogueiro do jornal O Globo. A pesquisa Ibope confirma o favoritismo de Vanessa Grazziotin. E ela foi realizada antes do comício de Lula em Manaus, nesta quarta-feira, que reuniu mais de 30 mil pessoas.

A pesquisa não refletiu o impacto da visita, que agitou Manaus e animou ainda mais os apoiadores da senadora. Virgílio já estava empacado por duas razões. A primeira foi uma ação no STF do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) contra a Zona Franca, que refrescou a memória dos eleitores de que o PSDB foi responsável pela destruição de fábricas e empregos na região. A segunda foi a agressão promovida pelo cabo eleitoral do tucano. O impacto da visita de Lula deverá irritar ainda mais a dupla Arthur-Noblat!

domingo, 16 de setembro de 2012

Tucanada Paulista gastou R$ 609 milhões com publicidade.Adivinha com que? Plim-Plim


Por Ricardo Mendonça, no Folha 

Em 5 anos, SP gastou R$ 609 milhões com publicidade
Total equivale a 30% do gasto da União; auge foi na 2ª metade do governo Serra, quando ele era candidato a presidente


Entre 2007 e 2011, o governo do Estado de São Paulo gastou R$ 608,9 milhões com publicidade. O valor equivale a cerca de 30% do total gasto pela União no período. Ou seis vezes o investimento da Secretaria da Cultura em 2011.
Os dados foram obtidos pela Folha com base na Lei de Acesso à Informação. Um conjunto de planilhas mostra, ano a ano, o quanto foi investido em cada veículo de comunicação. Os valores, corrigidos pela inflação pela reportagem, tratam apenas das secretarias. Não computam a publicidade de fundações, autarquias e estatais, como o Metrô e a Sabesp.
O auge dos foi em 2009 e 2010, quando o então governador José Serra (PSDB), que hoje disputa a prefeitura, era candidato a presidente. Em 2009, foram R$ 173 milhões em anúncios, quase o triplo de 2007, início de sua gestão.
Em 2010, o desembolso total recuou 9%. Mas considerando a norma que proíbe publicidade estatal nos três meses que antecedem a eleição, a média dos nove meses permitidos de 2010 acabou sendo o recorde dos cinco anos: R$ 17,6 milhões por mês.
No primeiro ano do atual mandato de Geraldo Alckmin (2011), o gasto anual caiu 55% em relação a 2010. Ainda assim, foi 17% maior que 2007.
Dos R$ 608,9 milhões gastos em cinco anos, quase 70% pagou anúncios para TVs. Rádios de mais de 200 municípios levaram 17,1%. Em seguida aparecem os jornais (7,7%) e as revistas (2%). Outros tipos de mídia captaram 3,5%.

As emissoras com sinal aberto da Globo (capital e afiliadas) foram destinatárias de R$ 210 milhões, 49,5% de total em TVs. Pelo Ibope, porém, elas tiveram audiência sempre abaixo disso. A proporção de aparelhos ligados na Globo caiu de 41%, em 2007, para 38%, em 2011.
Entre os jornais, a Folha aparece como o segundo veículo em destinação de anúncios, com R$ 4,4 milhões. O "Estado de S. Paulo" está associado a valores que totalizam R$ 4,7 milhões. As revistas da Folha ("sãopaulo" e "Serafina") somam R$ 172 mil.
A assessoria do governo disse que não considera 2010 como ano de maior gasto, pois não reconhece a aferição da média mensal, já que o Orçamento do Estado é anual.
Afirmou que a publicidade "se justifica pela necessidade informar a população sobre programas e serviços, como campanhas de vacinação, prevenção [...] entre outros".
Sobre a Globo, sugeriu que a emissora recebeu mais que seu padrão de audiência porque teria veiculado uma proporção maior de anúncios em horários em que sua audiência é maior que sua média.

AGÊNCIAS

Nem todo o dinheiro do governo gasto com publicidade remunera os veículos. Conforme as regras do setor, 20% do valor de cada anúncio fica com a agência contratada pelo anunciante.
No caso paulista, a principal agência responsável por anúncios do governo é a Lua Propaganda, vencedora de uma licitação de 2007. As outras são a Adag e a Contexto.
Titular de um contrato estimado em R$ 34,6 milhões por ano (a remuneração é variável pois depende de quanto é anunciado), a Lua está registrada no nome do publicitário Rodrigo Gonzalez e três sócios. Rodrigo é filho de Luiz Gonzalez, o marqueteiro das campanhas eleitorais de Serra e Alckmin.
Além da conta principal do governo, a Lua ainda responde pela publicidade da Dersa (empresa rodoviária do Estado) e do Nota Fiscal Paulista, programa vitrine do governo.

sábado, 15 de setembro de 2012

Globo concentra verba publicitária


Da revista CartaCapital:

CartaCapital tem sido sistematicamente acusada de receber enormes quantias em publicidade do governo federal para defendê-lo. A revista seria “chapa-branca”, como gostam de repetir alguns. Aos que costumam se fiar neste argumento para nos atacar, recomendamos a leitura dos dados de investimentos publicitários da União publicados pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira 13. A lista, disponibilizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e compilada pelo jornal, mostra quem é quem entre os beneficiários de recursos oficiais de publicidade. Primeira constatação: dez veículos de comunicação concentram 70% do dinheiro. CartaCapital não está neste grupo. Cerca de 3 mil veículos recebem anúncios federais.


De um total de 161 milhões de reais repassados a emissoras de tevê, rádios, jornais, revistas e sites desde o início do governo Dilma Rousseff, 50 milhões foram direcionados apenas à tevê Globo. Ainda entre as emissoras, a Globo Comunicação e Participações LTDA. recebeu 833,8 mil reais e a Globosat Programadora, 810,3 mil. Isso soma cerca de um terço de toda a verba publicitária do governo federal. A família Marinho recebe ainda por: Rádio Globo (730 mil), Infoglobo, que edita O Globo e o Extra, 927,4 mil, Globo Participações, que cuida das operações na internet, 952,9 mil. O jornal Valor Econômico, do qual o grupo detém 50%, embolsou 164 mil. E a Editora Globo, responsável pela revista Época, 479 mil.

Os dados se referem aos investimentos da administração direta federal. Não entram na lista empresas públicas como a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.

A Editora Confiança, que edita CartaCapital, recebeu no período 118 mil reais, quase dez vezes menos do que a Editora Abril (1,3 milhão).

O Grupo Folha aparece na lista com 585 mil reais aplicados na Folha de S. Paulo e 892 mil no UOL.

A seguir, a lista completa divulgada pela Secom

*****

TVs

Globo Comunicação e Participações S.A – 50.029.241,00

Rádio e Televisão Record – 23.390.960,00

TV SBT Canal 4 de São Paulo – 19.394.613,00

Rádio e Televisão Bandeirantes – 6.328.810,00

TV Ômega (RedeTV!) – 3.197.261,00

Turner Broadcasting System Latin América – 1.204.555,00

Associação de COM.ED. Roquette Pinto (TVE) – 1.027.887,00

Globo Comunicação e Participações L.T.D.A – 833.803,00

Globosat Programadora – 810.281,00

Fox Latin American Channels Brasil – 728.587,00

Rádios

Rádio Panamericana (Jovem Pan) – 1.396.541,00

Rádio Excelsior – 1.129.999,00

Rádio Globo de São Paulo – 730.475,00

Rádio 99 FM Stereo – 539.143,00

Rádio SP-Um – 498.990,00

Rádio e Televisão Bandeirantes – 498.301,00

Rádio Transamérica Brasília – 419.723,00

Kalua Comunicações e Serv. De Publicidade – 408.788,00

Rádio Eldorado – 379.773,00

Rede Católica de Radiodifusão – 349.394,00

Jornais

Infoglobo Comunicação e Participações – 927.474,00

Estado de S.Paulo – 656.394,00

Empresa Folha da Manhã – 585.051,00

SP Publimetro – 259.275,00

Sempre Editora – 249.444,00

Correio Braziliense – 192.822,00

Empresa Editora A Tarde – 182.985,00

Valor Econômico – 164.017,00

Editora Jornal do Commercio – 159.230,00

Estado de Minas – 152.874,00

Internet

Microsoft Informática – 1.285.962,00

Globo Comunicação e Participações – 952.950,00

Universo Online (UOL) – 892.553,00

Yahoo do Brasil Internet – 712.296,00

Terra Networks Brasil – 651.662,00

Fox Latin American Channels Brasil – 491.821,00

Internet Group do Brasil – 444.632,00

Editora Abril – 352.729,00

O Estado de S.Paulo – 337.686,00

Editora Globo – 137.448,00

Revistas

Editora Abril – 1.296.649,00

Editora Globo – 479.060,00

Três Editorial (Isto É) – 266.201,00

Editora Confiança (CartaCapital) – 118.794,00

Editora Escala – 99.444,00

Editora Brasil 21 – 70.889,00

Elifas Andreato Comunicação Visual – 66.666,00

AS Pedreira – Agência Jornalística – 66.528,00

Padrão Editorial – 55.575,00

Editora Alvinegra (Piauí) – 55.110,00 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Fantástico ataca farmácias populares


Por Altamiro Borges, em seu blog

O programa Fantástico, da TV Globo, exibiu na noite de domingo uma longa reportagem sobre a corrupção nas farmácias privadas com dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). As denúncias devem ser apuradas e os criminosos, que desviam recursos públicos e penalizam a sociedade, devem ser exemplarmente punidos. A matéria, porém, faz uma crítica generalizada as chamadas "farmácias populares", criadas no governo Lula para garantir acesso a medicamentos para a população mais carente.

Diante deste ataque, a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) divulgou hoje "nota de repúdio à reportagem do programa dominical da Rede Globo" e "em defesa do interesse público, da saúde e dos farmacêuticos". Ela é assinada pelo presidente da entidade, Ronald Ferreira dos Santos. Reproduzo-a na íntegra:

*****

A categoria farmacêutica, sabedoura de sua responsabilidade com a saúde do povo brasileiro, desde o início da década de 90 do século passado, colocou como sua prioridade máxima a luta pela transformação da Farmácia de comércio em um estabelecimento de saúde.

Em um país aonde o gasto das famílias (privados) com saúde representam 55% de toda a renda - e para as famílias que recebem até quatro salários mínimos os medicamentos representam mais de 60% dos gastos com saúde - medidas na direção de colocar o medicamento em uma posição estratégica na garantia do Direito à Saúde são fundamentais.

Dados de 2011 do SINDUSFARMA-SP demostram que 77% das aquisições de medicamentos se deram por desembolso direto do cidadão nas farmácias e drogarias brasileiras, e o volume de 62 bilhões de reais que circularam no comércio varejista de produtos farmacêuticos, que o IBGE conseguiu identificar, é o mesmo valor do total que o Governo Federal aplicou em ações e serviços de saúde em 2010.

Portanto, o papel do medicamento, dos Farmacêuticos e das Farmácias merecem das autoridades, da imprensa e das organizações da sociedade uma atenção maior e mais responsável. Ao abordarmos os desafios contratados em nossa Constituição Federal - particularmente no que diz respeito à Ordem Econômica, que se fundamenta na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, e que tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados diversos princípios, entre os quais a Função Social da propriedade - verificamos algumas contradições na atual conformação do setor farmacêutico nacional.

No Brasil, a diferença da natureza da atividade econômica Comércio com atividade econômica Saúde ganhou maior destaque a partir da Constituição de 1988 - que elevou a Saúde à categoria de Direito. Porém, infelizmente, o que ainda preside a lógica do acesso aos medicamentos, elemento essencial na garantia do direito à saúde, é o interesse comercial. Interesses que os números revelam serem muito poderosos.

Nós, farmacêuticos, desenvolvemos há mais de 15 anos a campanha “Farmácia Estabelecimento de Saúde. Sua vida não tem preço” . Por mais de três vezes já ocupamos a esplanda dos Ministérios, em Brasília, o Congresso Nacional, centenas de Praças, Universidades, espaços legislativos, e estivemos presentes em eventos diversos para afirmar que os Farmacêuticos Brasileiros, que a Farmácia Brasileira e que o medicamento devem estar inseridos nas ações e estratégias que garantam o direito à Saúde.

Com o advento da Farmácia Popular do Brasil e do Aqui tem Farmácia Popular, testemunhamos importantes avanços, entre eles o estabelecimento do compromisso desta atividade econômica com ações estratégicas de saúde em relação à Hipertensão, Diabetes e Asma. Milhões de brasileiros que antes não tinham acesso aos mediamentos passaram a ter, é claro que em uma atividade na qual predomina o interesse meramente mercantil os riscos de desvios estão sempre presentes.

Nós Farmacêuticos repudiamos e condenamos todo e qualquer malfeito com dinheiro público, mas também todo e qualquer malfeito com o dinheiro privado, particularmente aquele que foi conseguido com muito suor pelo trabalhador brasileiro e é deixado na Farmácia.

Nós farmacêuticos temos buscado nos preparar cada vez mais para as nossas reponsabilidades, temos dado uma grande contribuição para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, voltando a ocupar com maior destaque o espaço das Farmácias, resgatando nosso papel de profissional da saúde, e podemos hoje afirmar com convicção que a sociedade pode confiar em nosso trabalho. Agora, quanto aos comerciantes inescrupulosos que apenas carregam o título de farmacêutico, para eles defendemos o mesmo tratamento que qualquer criminoso merece, lembrando que 66% dos farmacêuticos são empregados.

Não só porque o “Saúde não tem preço” reforça o movimento dos farmacêuticos brasileiros, é que nos manifestamos favoravelmente ao Farmácia Popular, mas principalmente por se tratar de uma iniciativa que permite colocar a discussão sobre o acesso aos mediamentos sob uma ótica não presidida pelo interesse mercantil, e possibilita pautarmos entre outros temas de grande relevância a Farmácia Estabelecimento de Saúde e a tributação sobre medicamentos, o que ao nosso entender significa defender o Interesse Público, a Saúde e os Farmacêuticos.

Ronald Ferreira dos Santos - Presidente da Fenafar - Federação Nacional dos Farmacêuticos

QUANDO O STF VAI JULGAR A PRIVATARIA ?


Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

Até agora, a única relação da Privataria Tucana com a Justiça é o processo que movem o Padim Pade Cerra, Daniel Dantas e o PSDB contra o autor da denúncia, o jornalista Amaury Ribeiro Jr, cuja qualidade o Merval já exaltou.

Quando o Procurador Roberto Tênue Gurgel vai ler pelo menos um dos exemplares da Privataria que o Edu, gentilmente, lhe enviou ?

O PiG (*) saúda entusiasmado que o STF vai botar os (pobres, pretos, p… e) petistas na cadeia:

Segundo a Folha, “provas” obtidas em CPI – como por exemplo, provavelmente, a acusação do Thomas Jefferson ao José Dirceu, na CPI dos Correios – passam a valer para condenar (pobres, pretos, p… e) petistas.

Da mesma forma, a profilaxia do Supremo passou a dispensar o “ato de ofício”.

batom na cueca.

Basta “o conjunto da obra”.

Mesmo que aí se localizem apenas provas “tênues”, como recomenda o Roberto Tênue Gurgel.

Se for em nome da extinção da corrupção no sistema eleitoral brasileiro, que ótimo !

Alvíssaras !

Agóóóra a coisa vai !, dizia meu chefe Tarso de Castro, na Interpress.

Vamos ver como se comportarão o PiG (*) e o Supremo na Privataria, no mensalão tucano, na Lista de Furnas.

Vamos ver se sobrevive a nova jurisprudência anti-corrupção quando se sentarem (se, se sentarem) no banco dos reus brancos de olhos azuis.

Chega de corrupção !

Ninguém aguenta mais !