terça-feira, 30 de outubro de 2012

Até o Estadão denuncia as baixarias da campanha de José Serra, o Dick Vigarista da política brasileira



Saiu no Blog do Mello


A coisa em São Paulo está mais feia para Serra que ele mesmo. Até o tradicionalíssimo jornalão Estadão denuncia que o núcleo da baixaria na campanha para a prefeitura de São Paulo vem de José Serra, o Dick Vigarista da política brasileira.


Site falso:

Site falso de Haddad foi criado em empresa da campanha de Serra

A provedora de internet GVT informou nesta sexta-feira, 26, que o site apócrifo "Propostas Haddad 13", que imitava a linguagem visual usada pela campanha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, mas desferia críticas ao petista, foi criado na sede da Soda Virtual, empresa contratada pela campanha do candidato tucano, José Serra, por R$ 250 mil reais, para prestar serviços de "criação e inclusão de páginas na internet". [confira íntegra aqui] 

Criminosa comunicação de que Enem deste ano estaria cancelado (o que não é verdade):

O Ministério da Educação (MEC) pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal abra investigação sobre boatos que circularam nas redes sociais de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teria sido cancelado. Fontes do MEC disseram ter "convicção" de que a informação falsa partiu de Eden Wiedemann, integrante da equipe de mídias sociais da campanha de José Serra (PSDB) à Prefeitura. [Essa informação de autoria do boato está confirmada]

Numa situação normal, a candidatura José Serra seria cassada. Mas nem quero que isso aconteça. Aguardo a resposta das urnas no domigo, para que ele tome uma surra democrática e leve seu bafo nojento e golpista para os tribunais onde ainda terá que responder aos vários crimes (além desses dois) cometidos contra o povo brasileiro.

Que esta eleição seja o início do fim de José Serra, o Dick Vigarista da política brasileira. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A infração que compensa


Por Érico Firmo, no Jornal O POVO

É a lógica de faturar o que é bom e descredenciar o que é ruim para o candidato

A coluna tem abordado o absurdo que são as infrações cometidas justamente por aqueles que se candidatam a representar o povo de Fortaleza e zelar pelo cumprimento das leis. É o fim da picada que aqueles que pretendem ser prefeito ou vereador comandem o processo de subversão das leis urbanas durante o período eleitoral. Ao invés de dar o exemplo, são os primeiros a degradar o espaço público. No O POVO de ontem, a repórter Ranne Almeida informou que já foram aplicados R$ 86 mil em multas por campanha irregular no Ceará. Nesse ranking inglório, quanto mais dinheiro o concorrente tem para gastar, mais desvios comete.

Roberto Cláudio (PSB), assim, está bem na frente. Ele é alvo de mais de 150 representações. Já fora condenado por dez no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). O valor acumulado é de R$ 20 mil. Nessa média, mesmo que seja punido por todas, terá de pagar algo em torno de R$ 300 mil. Ora, só nos primeiros dois meses, a campanha arrecadou declarados R$ 5,23 milhões. Elmano de Freitas (PT), pelo pouco já julgado das mais de 70 representações movidas contra ele, recebeu R$ 4 mil em multas. E, só no segundo mês de campanha, ele arrecadou R$ 3,1 milhões. Ou seja, infringir a lei é excelente negócio, sobretudo para as candidaturas endinheiradas.

Na campanha presidencial de 2010, José Serra (PSDB) recebeu R$ 70 mil em multas. Dilma Rousseff (PT) foi multada em R$ 58 mil. Mesmo sem ser candidato, o ex-presidente Lula recebeu R$ 47,5 mil em multas. Convenhamos, uma brincadeira para processo que envolve centenas de milhões de reais.

No dia das eleições de 2010, Fortaleza amanheceu tomada pela sujeira como em poucos dias em sua história. Resultado da ação de candidatos e de seus cabos eleitorais. O triste, do ponto de vista de nossa consciência cidadã, é que a sujeira, a poluição visual, a sonora e as carreatas que deixam o trânsito ainda mais caótico ainda sejam instrumentos eficientes para angariar votos.

Acima, o fac-símile da matéria do O POVO do dia seguinte ao primeiro turno de 2010. Com a esperança – e apelo – de que tal absurdo não se repita no próximo domingo, nem nunca mais.

AS PESQUISAS E O CASUÍSMO

Por vezes, as pesquisas são tratadas quase como se fossem substitutas do voto em campanhas eleitorais. Não o são, evidentemente. Mas podem ser instrumentos muito interessantes de informação e ajudam a compreender o cenário. Só não devem ser tomadas como verdades absolutas. É importante dar às pesquisas o tamanho que elas têm: o de uma parte do processo, um diagnóstico passível de erro, não o centro em torno do qual a política orbita. Se o pé atrás é até saudável, chega a ser hilário o comportamento de alguns militantes que comemoram as pesquisas a seu favor – aí nada de anormal –, mas desqualificam números desfavoráveis. É a lógica de faturar o que é bom e descredenciar o que é ruim. Os mesmos eleitores de Heitor Férrer (PDT) e Renato Roseno (Psol) que festejaram os índices que mostravam crescimento se irritam com os resultados mais recentes e atacam os institutos. O próprio Roseno, nas primeiras semanas de campanha, chegou a estranhar a ausência de pesquisas, insinuando suposto interesse de não prejudicar os candidatos oficiais. Agora, reclama da forma como são feitas e da influência da divulgação dos resultados. O mesmo com os adeptos de Moroni, que alardearam a liderança no começo e agora desmerecem as mesmas instituições. E os apoiadores de Elmano, que antes defendiam o Ibope que lhes mostrava na frente na rodada anterior e agora se apegam ao Datafolha. E com os que votam em Roberto Cláudio dá-se justo o inverso.
Não que cause surpresa qualquer tipo de infantilidade vinda daqueles que travam a disputa pelo poder. Mas as reações são simplesmente risíveis.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

José Gil, pensador fala sobre arte contemporânea e contemporaneidade na Vila das Artes


A reflexão sobre arte contemporânea e contemporaneidade é tema de palestra com o filósofo e ensaísta português, José Gil, que acontece nesta segunda-feira (29), às 10h, na Vila das Artes (rua 24 de Maio, 1221, Centro).  O encontro é aberto ao público.

Esta é a segunda vez que o pensador vem a Vila das Artes. A primeira foi em setembro de 2007, para participar de seminário que marcou o início das aulas do curso Dança e Pensamento.
José Gil é um dos pensadores mais importantes da contemporaneidade. Natural de Moçambique é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Paris, Universidade de Sorbonne. Coordenou o departamento de Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII em 1973. Lecionou Estética e Filosofia contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, bem como no Colégio Internacional de Filosofia de Paris e na Universidade de São Paulo. Em 2004, publicou Portugal, Hoje. O Medo de Existir, a sua primeira obra escrita em português. No Brasil publicou: “Diferença e Negação na Poesia de Fernando Pessoa” (Relume Dumará) e “Movimento Total: o corpo e a dança” (Iluminuras).José Gil foi considerado pelo semanário francês Le Nouvel Observateur, um dos 25 grandes pensadores do mundo.
A palestra é realizada pela Vila das Artes com apoio da Bienal Internacional de Dança do Ceará
Palestra com José Gil (Portugal) -  Arte Contemporânea e Contemporaneidade 
Dia 29 de outubro de 2012, ás 10h.

Na Vila das Artes ( Rua 24 de Maio, 1221, Centro)
+ Informações pelo 3252-1444.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O KIT-GAY DO CERRA. LEMBRA DO ABORTO ?


Saiu no Blog do Nassif
A lógica da cidade divida 
São Paulo quase não enxerga suas periferias e favelas, que chegam à opinião pública filtradas pela geografia e as más notícias, ecoadas de um batustão remoto.
O jornalismo sobre esses lugares –com raras exceções– alterna episódios de execuções e massacres; mais recentemente, incêndios. É o vínculo que ressalta em relação ao poder público. Sangue, repressão e desamparo.
Trinta e três favelas arderam este ano em SP. Transparências superpostas desenham semelhanças suspeitas entre o rastro das chamas e o da cobiça imobiliária.

As labaredas iluminam também o descaso. O consórcio Serra/Kassab não liberou nenhum centavo do programa de prevenção de incêndios em favelas em 2012 — ano que SP viveu a segunda maior seca da sua história. Passemos.

A narrativa da tragédia reiterada criou um analgésico em relação a esse mundo desautorizando qualquer expectativa de inovação.Nada. Exceto alguma melhoria incremental, impulsionada não por uma mudança intrínseca aos seus fundamentos, mas pela lenta aproximação do algoz, ‘o progresso’, que um dia se apossará do limbo, capitaneado pelas betoneiras do interesse imobiliário.

Os mais pobres entre os pobres serão catapultados então a um novo ponto cego, alhures.

A última vez que São Paulo quebrou o paradigma incremental em relação ao seus pobres foi na gestão da prefeita Marta Suplicy (2000-2004). Ela cometeu a heresia de criar CEUS, centros educacionais unificados,reunindo educação, lazer e cultura em estruturas com cara de primeiro mundo, espetadas no quintal escuro da metrópole.

O primeiro CEU foi inaugurado em agosto de 2003. Teve ácida recepção por parte da elite, mimetizada por um pedaço da esquerda.

O custo seis vezes superior ao de uma escola ‘normal’ ( R$ 30 milhões X R$ 5 milhões em valores atualizados) alimentou ressalvas: não seria melhor massificar a solução convencional em periferias pobres desprovidas de tudo?

Marta resistiu. Afrontou a idéia incremental de que reservar aos pobres poções adicionais da mesma gororoba que os fez pobres, possa levar a algum lugar que não a reprodução da mesma pobreza.

Marta fez 21 CEUS em quatro anos nas periferias distantes de SP.
A teimosia explica em parte a popularidade paradoxal da ‘madame’ rica e chique junto aos pobres, em contraste com o ódio que lhe dispensam a classe média, as elites e seus jornalistas de lavar, passar e engomar.
A teimosia da prefeita obrigou o consórcio Serra/Kassab a manter o projeto a contragosto. Em oito anos, a dupla fez mais 24 CEUs.

Apenas 10% dos alunos matriculados na rede municipal estudam nesses centros, que dispõem de creche, pré-escola e ensino fundamental, ademais de atividades extras propiciadas pela existência de teatro/cinema, oficinas, área verde, quadras e piscina.

A elite conservadora -e parte da esquerda– olha com má vontade o custo de manutenção do que classifica como ‘luxo’. Cada unidade custa R$ 6 milhões por ano.

O mesmo olhar de má vontade fuzila o custo do Bolsa Família, da reforma agrária, do SUS, da aposentadoria rural etc; enfim, tudo o que possa sugerir uma ruptura -ainda que modesta– com a lógica incremental, e o deslocamento extra de uma fatia dos fundos públicos aos pobres.

O congelamento das proporções é crucial para sustentar o principal argumento conservador, sancionado ingenuamente por parte da esquerda: “Se você fizer projetos caros para alguns pobres, faltará recurso para outros; vai aumentar a desigualdade”.

No limite significa o seguinte: se uma criança pobre comer o que deve para alcançar seu pleno desenvolvimento, pode causar a fome do colega ao lado.
É da essência do batustão que cada qual deve se virar com o que tem, sem cobiçar o do próximo.

Desenha-se a partir daí a dinâmica de reprodução de uma cidade dividida, que calcifica o seu futuro nas rédeas do passado.

Manter isso requer, às vezes, alguma truculência explícita.Um ícone desse esforço de circunscrição da pobreza nos seus limites foi o despejo recente da ocupação de Pinherinho, em São José dos Campos, SP.

Na maior ocupação urbana da América Latina viviam duas mil famílias, cerca de 9 mil pessoas. Foram cercadas e escoraçadas de volta para a rua por dois mil policiais militares do governo de São Paulo, em janeiro deste ano.

Bombas de gás, disparos de balas de borracha, cães e muita violência foram necessários para recuar os moradores aos limites do desabrigo e, desse modo, devolver a gleba ao labirinto das negociatas de um especulador endinheirado.

Não é preciso sancionar integralmente uma receita que encerra elementos polêmicos para reconhecer que o oposto disso tem uma referência de ousadia acontecendo nas favelas do Rio de Janeiro.

Na madrugada deste domingo, policiais do Rio, com apoio federal, ocuparam quatro das mais violentas favelas da cidade.

A chamada ‘Pacificação do Complexo de Manguinho’, um dos principais polos de distribuição de droga do país, começou às cinco horas da manhã.
Demorou dez minutos; não exigiu um único tiro.

Motivo: o amplo apoio da população animada com os desdobramentos sociais, urbanísticos e econômicos de ocupações semelhantes em outros morros da cidade.

Desde 2008, cerca de R$ 2 bilhões estão sendo investidos em obras de urbanização e infraestrutura em cinco grandes aglomerados de favelas cariocas.

As melhorias em geral são antecedidas da instalação de UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora, presentes em 28 pontos. Até 2014, serão 48.
O Complexo do Alemão, por exemplo, com mais de 100 mil habitantes, foi tomado dos traficantes que tinham ali seu quartel general, no final de 2010.

Em junho de 2011 os moradores passaram a dispor de um sistema de transporte moderno e subsidiado; um desses luxos que atrai o olhar de má vontade das elites e de uma parte da esquerda.

O teleférico do Alemão tem 3,4 km de extensão, 30 bondinhos, 6 estações; atende 30 mil pessoas por dia. Interliga um dos maiores conjuntos de favelas do país à estação de trem e ao asfalto.

Objetivamente: reduz de mais de uma hora para apenas 20 minutos o tempo gasto pelo morador para sair de sua casa, agora em segurança, e tomar o trem em direção ao trabalho.

Os habitantes do Alemão tem direito a duas passagens gratuitas por dia. A partir da terceira pagam R$ 1 real pelo transporte subsidiado.

É uma pequeno exemplo de ruptura com a lógica incremental, mas um passo enorme na vida dessas pessoas.

Mereceu as críticas habituais, semelhantes em sua essência às disparadas contra os CEUs em São Paulo. ‘Obras de cunho espetacular que não alteram os bolsões de miséria no seu entorno’, diz o bordão conservador.

Não parece ser a opinião dos principais beneficiados. Os moradores das favelas urbanizadas no Rio deram a Dilma Rousseff uma votação inequívoca nas eleições de 2010 contra José Serra. O mesmo ocorreu em grande parte da periferia de São Paulo em relação a Haddad, no primeiro turno do pleito municipal deste ano.

A candidatura do PT em São Paulo deveria refletir sobre esses dados.E extrair daí as consequências propositivas que afrontem a lógica dos interesses que calcificam o batustão paulistano com políticas ‘incrementais’,e se arrancham em torno da candidatura Serra.