quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Telefónica: lucros nas alturas e serviços ruins para os usuários



 Do sítio a Hora do Povo

Lucro líquido da multinacional em 2012 foi de R$ 4,452 bi, o quarto maior entre as empresas instaladas no país

O lucro líquido da Telefónica/Vivo, R$ 4,452 bilhões, divulgado na segunda-feira, é o quarto maior entre as empresas instaladas no país. Das empresas não-financeiras (isto é, fora os cinco maiores bancos), somente a Petrobrás, a Vale e a hoje belgo-americana Ambev têm lucro líquido maior que a Telefónica.

O escândalo, naturalmente, está em que a atividade da Telefónica é meramente a de parasita monopolista, propiciada pela privatização da Telesp no governo Fernando Henrique Cardoso (a holding controladora das empresas da Telefónica no Brasil continua sendo a "SP Telecomunicações Participações Ltda.", por sua vez controlada pela Telefónica Internacional S.A. - que tem três acionistas principais: o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, hoje o maior banco do sul dos EUA, a Caja de Ahorros y Pensiones de Barcelona e os norte-americanos da Blackrock, maior empresa de "gestão financeira" de Wall Street, com origem no falecido First Boston, um banco que era ramificação do Credit Suisse e do Morgan Stanley).

O faturamento (receita bruta) da Telefónica no Brasil em 2012 foi R$ 50,279 bilhões (o que significa que a Telefónica abocanhou 1/4 do faturamento total do mais rentável setor privado do país).

SETOR

Mas trata-se de um setor com alguns problemas, como diria o ministro Paulo Bernardo: apesar de privatizado e altamente lucrativo, desde 2003 até 2012 ele absorveu desembolsos do BNDES num total de R$ 29,15 bilhões. Somente em 2012, foram R$ 4,84 bilhões; para ser justo, quase 30% dos desembolsos do BNDES para as teles, desde 2003, foram feitos nos últimos dois anos (cf. BNDES, Estatísticas Operacionais – Desembolso Anual por Setor CNAE).

No entanto, é um setor que não funciona desde que foi privatizado pelos tucanos. Não há quem esteja satisfeito com os carroceiros serviços das empresas de telecomunicação, sempre por preço de ouro. Até a ANATEL, conhecida pela extraordinária complacência, de vez em quando tem que tomar alguma medida, ainda que marketeira, ou seja, apenas para passar ao público que está fazendo alguma coisa.

Porém, de toda essa quadrilha que se instalou nas telecomunicações com os fernando-henrique, mendonça-de-barros, elena-lalau e outros augustos zeladores do patrimônio público e do dinheiro público, nenhuma é pior que a Telefónica – uma recordista de multas e punições da União Europeia, agora recordista de reclamações ao Procon, sempre por ação de monopólio e deslealdade com os usuários e outras empresas (na Espanha ficou famosa a derrubada na velocidade da Internet, provocada pela Telefónica quando o usuário não era cliente do seu provedor, o Terra).

Nos últimos três anos, depois da "consolidação" retroativa com a Vivo, a Telefónica faturou, no Brasil, R$ 45,888 bilhões (2010), R$ 49,100 bilhões (2011) e R$ 50,279 bilhões – isto é, em três anos, um faturamento de R$ 145,267 bilhões (números extraídos dos balanços da Telefónica/Vivo).

Ah, sim, mas isso, diria o sr. Valente, presidente da filial no Brasil da benemérita multinacional, é faturamento, receita bruta. Não estamos descontando os gastos, em especial os... investimentos.

É verdade. O problema é que ninguém viu esses investimentos, apesar deles serem declarados com fartura em sucessivos balanços. Apenas transcreveremos aqui um pequeno trecho do último estudo da Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET) sobre as atividades da Telefónica no seu nicho monopólico, isto é, em São Paulo:

"Interface com o Usuário:
"Call Center: Atendimento de baixa-média qualidade
"Postos de Serviços: Em fase de desativação
"Orelhões: Em más condições de manutenção
"Rede Física: Em más condições de manutenção e expansão
"Rede Subterrânea: Em más condições de manutenção e expansão
"Serviços em si: Baixa-média qualidade
"Tarifas e Preços: Elevados
"Avaliação técnica: Nota 4,5 (Escala de 0 a 10) - Estrutura Reprovada quando comparada com países do 1º Mundo" (v. AET, "Telecomunicações na cidade de São Paulo", maio/2012, pág. 59).

Em compensação, as remessas de lucros e as importações são mais do que visíveis (o setor de telecomunicações aumentou suas remessas de lucros, entre 2007 e 2011, em 430,80%; quanto às importações das teles, elas aumentaram 320,80% entre 2004 e 2011 – sem contar as importações de componentes de telecomunicações em geral, apenas as importações feitas diretamente pelas teles).

VÍCIO

Bem, leitor, parece óbvio que uma empresa com um lucro líquido (isto é, lucro depois de pagas todas as despesas e feitos todos os gastos) de R$ 4,452 bilhões, tem dinheiro de sobra para investir. E, considerando o seu inveterado vício de arrancar o couro da população, não mereceria um prêmio por suas atividades. No entanto, não é essa a opinião do ministro Paulo Bernardo.

No último dia 18, o Ministério das Comunicações divulgou decreto isentando "as empresas, a maioria estrangeira, do pagamento do PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A pretexto de investir em infraestrutura, as teles exigiram a desoneração de tributos. Além das desonerações, o presidente da Anatel, João Rezende, sinalizou na terça-feira (19) premiar as teles com isenção das multas por má prestação de serviços: ‘Colocaremos sete metodologias de aplicação de multa em debate. Entre elas, a possibilidade de reverter as multas em investimentos, mas só em março isso só deverá ser colocado em consulta pública’, disse João Rezende, durante o Seminário Políticas de Telecomunicações" (v. HP, 20/02/2013).

REMESSAS

Para que servirá isso, senão para aumentar as remessas de lucros e as importações? Como escreveu Gustavo Gindre, em outubro do ano passado:

"... a Vivo (com ações vendidas na Bovespa) segue sendo uma empresa lucrativa. Mas, o mesmo não ocorre com sua matriz espanhola (onde funciona com a marca Telefónica) e nos demais países europeus (através da marca O2). A empresa deve US$ 58 bilhões, sendo US$ 15 bilhões com vencimento nos próximos dois anos. E não para de encolher em sua terra natal, graças à crise que destrói a economia do país. Nos últimos tempos a Telefonica tem feito tudo para conseguir recursos. Vendeu sua participação em uma operadora chinesa e a totalidade da Atento (gigante mundial do telemarketing). Bem como se prepara para ofertar em bolsa 23% da O2 alemã. O problema é que isso não parece ser suficiente. Enquanto sangra na Europa, a América Latina segue sendo a galinha dos ovos de ouro. (…) Ainda está vivo (sem trocadilhos) na memória dos paulistas os seguidos problemas do Speedy (...). Pois, é bom que o órgão regulador brasileiro fique de olho nos investimentos da Vivo, uma vez que as remessas de dólares do Brasil para a Espanha passaram a ser determinantes para o futuro da Telefónica".
CARLOS LOPES

E o Oscar vai para a... CIA



Por Antonio Pimenta, no jornal Hora do Povo:

Hollywood jamais escondeu seus vínculos de muitos anos com Washington, o Pentágono e o complexo industrial-militar, mas nunca uma primeira-dama chegara ao ponto de expô-los tão abertamente como Michelle Obama, ao anunciar direto da Casa Branca, atendendo ao melífluo Jack Nickolson, o vencedor do Oscar 2013, o filme “Argos”, a glamourização de uma operação da CIA no Irã em 1980 em que um filme fake é a fachada.

Outro filme, tido até três meses antes, pela Reuters, como “favorito ao Oscar”, também sobre uma operação da CIA, a que executou extra-judicialmente o desarmado Osama Bin Laden, “A Hora Mais Escura”, após enorme escândalo pelos 30 minutos de apologia da tortura, teve de se contentar com uma modesta estatueta, a de edição sonora, depois de estar concorrendo a cinco indicações, inclusive de melhor filme.

Assim, em 2013, o Oscar vai - como assinalou o articulista Pepe Escobar - para .... a CIA! A Academia estendeu seu tapete vermelho para esse antro de tortura, sabotagem e terror que infelicita os povos do mundo e inclusive o povo norte-americano, e dá aval à campanha midiática pela guerra ao Irã.

Não foi por falta de filme melhor. “Lincoln”, de Steven Spielberg, sobre um momento decisivo da história dos EUA, a mudança na constituição para abolir de vez a escravidão, em que pese ignorar o papel que os próprios negros jogaram – no campo de batalha e na retaguarda – para a vitória na guerra da Secessão, é muito superior. Flagra a luta obstinada de Lincoln, magnificamente interpretado por Daniel Day-Lewis, para obter a maioria de dois terços no Congresso, através do convencimento e do suborno, pois já era assim que funcionava na época a democracia nos EUA. Não houve como negar o Oscar de melhor ator a Day-Lewis, mas “Lincoln” teve de se contentar com apenas mais uma estatueta, depois de 12 indicações.

“Argos” é um filme fake sobre a realização de um filme fake. Como o próprio ex-presidente Jimmy Carter relatou à CNN, a operação foi essencialmente dos canadenses, graças ao então embaixador Ken Taylor.

Mas é principalmente uma falsificação da história, a exemplo do que “Rambo” buscou fazer com a derrota no Vietnã. Na realidade, a CIA foi amplamente derrotada pela irrupção da revolução no Irã, após ter derrubado o primeiro-ministro legítimo Mossadegh em 1953 e instaurado a ditadura do Xá. A indignação acumulada anos a fio e as tentativas dos EUA de deterem a revolução levaram ao episódio da tomada da embaixada em Teerã por centenas de estudantes em novembro de 1979, gerando a chamada crise dos reféns. Foi a ditadura do Xá que reverteu a nacionalização do petróleo proclamada por Mossadegh.

Nos anos do Xá, a embaixada se caracterizou pela mais extremada intervenção nos assuntos internos do país, no apoio à ditadura e como conduto das decisões de Washington. No final de 1979, se concentravam na embaixada todo tipo de agentes de que os EUA dispunham na tentativa de derrotar o levante popular. São esses os “americanos inocentes” retratados em Argos; como já havia sido registrado o “americano tranqüilo” de Graham Greene em Saigon.

Embora cite o golpe da CIA contra Mossadegh, “Argos” só o faz para dar credibilidade a tudo que quer passar depois: a demonização do povo iraniano e sua revolução, apresentados como extremistas e homicidas potenciais dos “americanos inocentes”.

Quando os EUA tentaram uma operação militar para liberar os reféns, a chamada Operação “Eagle Claw” (Garra da Águia), em abril de 1980, foi um fiasco total. Três dos oito helicópteros enviados foram derrubados, oito soldados dos EUA morreram, e nenhum agente foi liberado. Eles iriam permanecer retidos na embaixada por 444 dias ao todo, só sendo libertados minutos depois da posse de Ronald Reagan na presidência dos EUA.

O fracasso na “crise dos reféns” foi explorado pelos republicanos para derrotar Jimmy Carter nas eleições de 1980 e numerosos analistas consideram que a CIA, por baixo dos panos, negociou a permanência dos reféns até o pleito nos EUA, em troca de peças de reposição para o exército iraniano, que se preparava para a guerra contra o Iraque e necessitava desesperadamente desses suprimentos. Episódio até hoje conhecido como a “Surpresa de Outubro” – a carta na manga para mostrar a “fraqueza” de Carter e a necessidade do belicoso Reagan na véspera da eleição. Assim, os reféns – 52 - foram liberados no governo Reagan, e apenas seis lograram se safar antes, como dito, centralmente graças à interferência dos canadenses, fato desconsiderado agora em prol da exaltação da CIA.

História falsificada

Não há nada de inocente em querer reescrever a história, quando na ordem do dia está a guerra contra o Irã, acusado pelos EUA e Israel de suposto “programa nuclear militar”, a exemplo do que foi feito com a “ameaça das armas de destruição em massa” no Iraque que não existiam. Menos ainda a presença de uma primeira-dama, em tais circunstâncias, a menos de dois dias de uma reunião com o Irã que vem sendo apontada como “última chance”. Nem em querer aclamar a CIA, com seus vôos de rendição, suas prisões secretas, tortura em massa com memorando do governo de W. Bush e ataques de drones – só para citar os fatos dos tempos mais recentes -, além dos costumeiros golpes de estado e ações do gênero.

Nem dá para esquecer que seu marido aproveitou uma aparição na viagem ao Brasil para anunciar o bombardeio da Líbia. Na operação que assassinou Bin Laden – foco do filme “A Hora Mais Escura” - o presidente Obama teve participação direta e ao vivo, desde a Casa Branca, e depois de ter autorizado tanto terrorismo com drones. Ganhador do Prêmio Nobel, quem sabe não seria merecedor também de um Oscar? Como sempre que dá uma boa bilheteria Hollywood providencia um repeteco, já estamos visualizando os próximos filmes da CIA: “190 horas de Waterboarding (Afogamento)” e “Drones da Liberdade”, este, estrelado por John Brennan

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Nova metodologia de ensino com base na tecnologia começa no Rio



No Jornal doBrasil, por Caio Lima*

Uma nova metodologia de ensino que utiliza amplamente os novos meios tecnológicos está nascendo na cidade do Rio de Janeiro. Os 180 alunos do 7º, 8º e 9º ano da Escola Municipal André Urani, na favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, já estão integrados ao Projeto Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais, o Gente. Com isso, esses jovens são os pioneiros da iniciativa da Secretaria Municipal de Educação (SME) que, além de tirar da escola velhas práticas da educação tradicional, como a utilização de quadros negros e giz, dá autonomia ao aluno para decidir o ritmo de seu próprio aprendizado.

De acordo com o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da SME e idealizador do projeto Gente, Rafael Parente, a iniciativa representa uma resposta ao sistema de aprendizagem vigente na maioria das escolas, que segundo ele é “falido”.

“Em primeiro lugar, é dar certeza que o modelo atual não responde aos anseios dos alunos. A escola de hoje está meio falida, já há um consenso para mudar o trabalho dos educadores” ressalta Parente, que explica como foi o processo para criar o projeto: “como todos se perguntavam como conseguir um novo modelo de escola, comecei a acompanhar discussões de pais e alunos em redes sociais e visitei escolas com outros modelos não tradicionais. A partir daí, unimos alguns conceitos e teorias de profissionais em pedagogia, neurociências, entre outras áreas, e achamos um direcionamento educacional para criar esse novo conceito, o Gente”, revelou ao Jornal do Brasil.

A nova metodologia de ensino tem como objetivo proporcionar ao aluno autonomia e criar um espaço de construção colaborativa do conhecimento, a partir das novas tecnologias. Para alcançar isso, os 180 alunos são divididos em 30 “famílias” de seis, independentemente da série em que estão matriculados.

Nesse primeiro momento de implantação do Gente, denominado diagnóstico, os próprios alunos escolheram suas “famílias” de acordo com suas afinidades, mas passam por testes de habilidades cognitivas, que são as matérias tradicionais, e não cognitivas, que são provas para saber, por exemplo, como eles pensam o mundo, o senso crítico, o nível de inteligência emocional e perseverança. Quando o diagnóstico terminar, os alunos serão realocados de acordo com o resultado dos testes.

Cada aluno do projeto recebeu um tablet ou netbook para realizar as tarefas do dia-a-dia, onde eles próprios escolhem a ordem e como fazer, de acordo com um itinerário pré estabelecido semanalmente pelo Gente. Ao chegarem à escola, os jovens estudantes passam por um processo para compartilhar com o grupo a expectativa para o dia e, com a ajuda dos professores, no projeto denominado “mentores”, cada um irá decidir o quê e como estudar. À livre escolha, eles também têm a opção de escolher eletivas como línguas estrangeiras, esportes e artes.

Todas as semanas os estudantes passarão por testes, mas eles também escolherão quando querem realizá-los. Rafael Parente explica: “o conteúdo começa a ser passado pelos professores na segunda-feira e seguem durante toda a semana. Na quinta-feira, na parte da tarde, todos devem ter respondido às seis perguntas, de três níveis de dificuldade, formuladas por um sistema inteligente chamado Máquina de Testes. No entanto, se na terça-feira o aluno já se sentir confiante para respondê-las, ele poderá requisitar os testes ao seu mentor”.

Caso o aluno não consiga atingir o resultado esperado, já na sexta-feira ele passa a ter atendimento especial sobre aquela dúvida específica, ou seja, uma espécie de reforço. “É a personalização do ensino para o estilo de cada aluno. Todos evoluem em ritmo diferente e, aqui, o estudante não reprova o ano, ele repete especificamente aquilo que não entendeu durante a semana”, afirma Parente.

Professor agora é mentor e multidisciplinar

A função tradicional do professor, aquela com quadro negro e giz, já está totalmente mudada na escola André Urani. Como ressalta André Couto, representante da ONG Tamboro, responsável por orientar os professores nessa nova metodologia de ensino, o momento é de um “processo de passo a passo”.

“É um processo de transição porque os professores, agora chamados mentores, foram formados numa matriz de ensino e agora atuarão de forma completamente diferente. Aqui eles deixam de ser professores de uma só disciplina. Uma vez mentor, significa que ele terá um olhar generalista e participará do itinerário formativo de cada aluno, independente da sua formação. Ao invés de explicar a matéria, o professor-mentor  vai, junto com o aluno, resolver e buscar o conhecimento por meio de educopédias na web, aplicativos, livros interativos. Essencialmente, eles devem saber como estimular o processo de aprendizado do estudante”, explica André Couto.

Uma das novas professoras mentoras do colégio André Urani é Flávia Soares Martins. Formada em Ciências e 24 anos lecionando, Flávia se diz uma entusiasta do projeto.

“A educação tradicional está fora de moda. No meu tempo, se tivesse algo do tipo, ninguém iria querer matar aula, agora ficou interessante estudar. O interesse das crianças pelas máquinas é fascinante. Não podemos saber se todas as escolas chegarão a esse patamar, mas o que importa é que estamos lutando por melhorias na educação. Terão alguns erros, mas o que faremos é lapidar e aparar as arestas para melhorar cada vez mais esse projeto”, ressalta a mentora.

Cada professor-mentor fica responsável por 18 alunos, ou seja, três “famílias” de seis.

Oportunidade

Um dos alunos do colégio Eduardo Paiva da Silva, 11 anos, que estaria no 7º ano, comemora a mudança de escola. Ex-aluno da Escola Municipal Francisco de Paula Brito, ele diz estar “muito feliz” com a nova oportunidade em sua vida.

“É muito bom porque eu não tinha isso na minha última escola. Agora eu tenho a oportunidade de usar tecnologia. Isso vai melhorar meus estudos e vou aprender mais”, garante, entusiasmado, Eduardo.

Escola que nem parece escola

Quem visita o colégio André Urani certamente vai estranhar o ambiente que, na verdade, nem se parece com uma escola. Em lugar das diversas salas de aula, três salões com diversas mesas para seis pessoas dão conta dos 180 alunos do projeto. Já as paredes, extremamente coloridas, estão estampadas com fotos de alunos do colégio, para identificá-los à escola, e frases para estimular o futuro de personalidades como Charles Chaplin, Bob Marley e Oscar Niemeyer. Uma delas, do arquiteto Niemeyer, diz: “A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem”.

Futuro

Ciente das constantes evoluções tecnológicas, o idealizador do Gente, Rafael Parente, afirma que o projeto “não é pronto e imutável”.

“Deve ser constantemente repensado e recriado, inclusive para acompanhar a rapidez com que surgem as novas tecnologias. A educação deve seguir  a mesma velocidade das tecnologias para as escolas não ficarem para trás”, afirma Parente.

De acordo com o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais, o Gente pretende atingir, até 2014, além do André Urani, mais cinco escolas da rede municipal de ensino, 30 em 2015 e 125 em 2016.

*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil

OAB anuncia criação da Comissão Nacional de Defesa dos Povos Indígenas



Saiu no Jornal do Brasil

Em ato que contará com a presença do presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, a Ordem dos Advogados do Brasil anuncia neste sábado a criação da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, na sede do Conselho Indígena de Roraima (CIRR), em Boa Vista (Roraima). A cerimônia vai contar com representantes de nove organizações indígenas do Estado. 

"A criação desta comissão é de extrema importância, não só para os nossos irmãos indígenas de Roraima, como também para todo o Brasil, pois vai dar sustentação e fortalecimento à luta que os povos indígenas travam pelo reconhecimento e garantia de seus direitos constitucionais" , explicou Marcus Vinícius.

A proposta é que a comissão possa contribuir com as lutas dos povos indígenas, no cumprimento de seus direitos constitucionais, por meio de debates, atuando e subsidiando em casos especiais, no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) ou em instâncias inferiores. Além disso, vai subsidiar o movimento indígena ou indigenista alterando ou barrando propostas de leis que afrontem as garantias constitucionais dos indígenas.

Vão participar  do encontro as seguintes organizações: Conselho do Povo Ingariko (Coping); Organização das Mulheres Indígenas de Roraima (Omirr); Organizações dos Professores Indígenas de Roraima (Opir); Associação dos Povos Indígenas Wai Wai (Apiw); Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apirr); Associação dos Povos da Terra Indígenas São Marcos (Aptism); Sociedade dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiurr); Organização dos Índios da Cidade (PDIC) e Conselho Indígena de Roraima.