segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Filosofia da Educação entre Nietzsche e Descartes

Essa dissertação terá como tema a Filosofia da Educação a partir da ótica de dois pensadores, sendo eles: Nietzsche e Descartes. Será feita uma síntese das influências ou críticas desses pensadores ao modelo educacional moderno e que nos atinge até hoje, a fim de compreender um pouco melhor a estrutura e as bases do nosso modelo educacional.
Bem, começando por Nietzsche, que tem mais críticas a esse modelo educacional do que propriamente influência sobre a sua formação, o pensador ataca com muita paixão e razão esse modelo de educação baseado no utilitarismo e no pragmatismo, preocupado basicamente com a formação especifica do estudante para satisfazer as necessidades do mercado de trabalho. Um verdadeiro adestramento educacional que despotencializa o homem e o afasta de suas capacidades humanas mais essenciais e de suas reais necessidades.
A implantação desse modelo educacional, que prioriza a razão e a coloca como a única área do conhecimento capaz de dar conta da realidade e das verdades que se apresentam a nós, oriundas desse mundo tão diverso, são as bases para a manutenção desse “status quo” da sociedade moderna. Sociedade essa que se propaga através da alienação de seu povo, no caso, as pessoa que recebem essa educação massificada e utilitária.
Para Nietzsche, o modelo educacional ideal é aquele que além de explorar e desenvolver as potencialidades da razão, desenvolve também o caráter dionisíaco do estudante, valorizando as artes, como a música e o teatro, como também capazes de dizer e conhecer o mundo. Esse processo educacional deve prioritariamente se focar no desenvolvimento das capacidades individuais de cada estudante, permitindo que sua potencialidade central, como que um centro criativo, se desenvolva e aprimore.
Dessa forma teríamos não somente uma sociedade, mas também uma humanidade muito mais consciente de si e capaz de transformar não só a sua realidade como também de toda sociedade.
Já Descartes, diferentemente de Nietzsche, influenciou bastante, mesmo que sem querer, esse modelo educacional baseado no método, capaz de guiar a razão com precisão pelos ilusórios caminhos da busca pelo conhecimento.
Descartes não chegou a escrever nada especificamente sobre pedagogia e modelos ou padrões educacionais, mas sua proposta, de conhecer de forma segura a verdade das coisas pela razão através de um método, tornando o conhecimento específico a uma de suas áreas, a racional, se implantou e tornou-se modelo para o nosso mundo moderno e nos influência até contemporaneidade.
O método cartesiano se baseia na premissa da dúvida, de duvidar de todas as coisas que não se apresentassem a mente de forma clara e distinta e que assim, poderiam ser ilusórias, na medida em que conhecemos certas coisas pelos sentidos e esses são suscetíveis de erros. Dessa forma, “bastava” desenvolver um método que fosse capaz de bem guiar a razão para driblar esses equívocos dos sentidos e determinar de forma segura o conhecimento sobre as coisas.
Na busca desse conhecimento, Descartes também levava em consideração aspectos culturais de cada região e povos, entendendo assim que uma mesma coisa se apresentava com verdades distintas em regiões e povos diferentes. Descartes pensava conseguir através do método uma forma segura de eliminar esses conhecimentos dúbios fundados em hábitos e costumes.
Com Descartes se inicia um novo conceito ou paradigma para a ciência e o conhecimento e conseqüentemente, também para a educação. Agora a educação passa a ser tratada como um método capaz de produzir um conhecimento objetivo da realidade.
Dessa forma acabou influenciado uma linha pedagógica e uma formação do homem moderno baseado na super valorização da razão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário