segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O MITO DE HÉRACLES OU HÉRCULES

Héracles é filho de Zeus e Alcmena, rainha de Tirinto. Zeus, encantado com a beleza de Alcmena, a possuiu, tomando a forma de Anfitrião, seu esposo. Quando Héracles estava para nascer, Zeus profetizou aos Olímpicos que a próxima criança a nascer na Casa de Perseu seria o Senhor de Micenas. Mas Hera, tomada de ciúmes pelo amor adúltero de seu marido e uma mortal, atrasou o nascimento de Héracles, permitindo que Euristeu, filho de Nikkipe, nascesse primeiro.
Contudo, precocemente se manisfestou a natureza semi-divina de Heracles. Hera enviou duas serpentes ao seu berço, mas o bebê pegou cada uma com uma mão e as estrangulou ante os aterrorizados mãe e padrasto. Anfitrião pressentia algo de especial naquela criança, e chamou Tirésias, o profeta de Zeus, que anunciou que ele livraria a terra e os mares de muitos monstros, que ele haveria de vencer os gigantes, e que, ao final de sua vida, seria recebido no próprio Olimpo.

Orgulhoso de seu pretenso filho, Anfitrião encarregou-se de dar-lhe a melhor educação possível e, desde muito cedo, Heracles aprendeu artes marciais. Entre seus mestres, estava Lino, filho de Apolo, encarregado de ensinar-lhe música. Héracles, apesar
de habilidoso, não aceitava receber punições. Um dia, Lino o criticou durante uma de suas lições e Heracles, enraivecido, atirou sua lira em sua cabeça, matando-o. Anfitrião, temeroso dos problemas que a força desmedida do garoto pudesse causar, enviou o jovem arrependido aos Montes Citéron, onde devia vigiar seus rebanhos. Lá Héracles cresceu e se tornou o homem mais forte de toda a Grécia e realizou seus primeiros atos de bravura.

Hera, contudo, não estava disposta a ceder. Héracles havia recebido a mão de Megara, filha do rei de Tebas, Creonte, como recompensa por haver liberado os tebanos do pagamento dos onerosos tributos impostos por Ergino, rei dos mínios. Um dia, a deusa fez o herói sofrer de um ataque de loucura tão grande que matou os seus próprios filhos, os quais havia tido com Megara. Para expiar esse ato tão terrível, ele Colocou-se a serviço de Euristeu, seu invejoso primo, então rei de Tebas, por doze anos. O monarca lhe recomendou, então, uma série de tarefas ou trabalhos:
1. Trazer a pele do monstruoso leão da Neméia: Heracles estrangulou a besta e levou a pele como troféu, utilizando as afiadas garras do leão para o desfolar.
2. Matar a Hidra de Lerna: Caso uma cabeça sua fosse cortada, mais duas surgiriam no lugar da antiga, ao que Heracles pediu ajuda de seu sobrinho Iolau; o herói cortava uma cabeça e Iolau se punha a queimar o toco com uma tocha ardente, impedindo o surgimento de novas.
3. Trazer viva a corça da Cerinéia
4. Trazer vivo o javali de Erimanto: Heracles gritou na entrada da guarida do javali até que este saiu disparado e ficou preso na neve, sendo capturado pela rede do herói.
5. Limpar o estábulo de Augias: Heracles somente pôde limpa-los desviando as águas dos rios.
6. Espantar as estinfálidas: Hércales abateu muitas destas aves com suas flechas e afugentou as restantes com castanholas de bronze feitas pelo deus Hefesto.
7. Domar o touro de Creta.
8. Trazer as éguas de Diomedes.
9. Trazer o cinturão de Hipólita, a rainha das amazonas, a qual foi morta pelo herói.
10. Trazer o gado do gigante Gérion.
11. Trazer as maçãs de ouro das hespérides.
12. Trazer o cão Cérbero à superfície. Tarefa durante a qual o herói venceu Hades, deus dos mortos e seu tio natural, e se tornou imortal.
Após cumprir essas doze tarefas, desobrigou-se de servir seu parente Euristeu e, não podendo mais viver com Megara, por haver matado seus filhos, consentiu que esta desposasse Iolau, seu sobrinho e companheiro de batalhas.

Depois de outros feitos, Héracles chegou a Calidon, nas terras do rei Eneu, que tinha uma filha encantadora chamada Djanira. Sua beleza havia atraído como pretendente o deus-rio Aquelôo. Djanira, no entanto, recusava-se a se casar com eeste, e foi então que Héracles também se ofereceu como pretendente. O rei Eneu, que não queria contrariar nenhum dos dois poderosos seres, prometeu a mão de sua filha ao vencedor em um duelo. Héracles venceu o confronto, e desposou Djanira, com quem teve um filho, Hilo. Os três seguiram, então, viagem para Tráquis onde vivia um amigo do herói. Quando chegaram ao rio Eveno, encontraram o centauro Nesso, que em troca de uma moeda atravessava os viajantes pelo rio. Héracles dispensou a ajuda, mas o centauro transportou Djanira em seus ombros. No meio da travessia, o centauro, enlouquecido pela beleza da mulher, ousou tocá-la de maneira impudica. Héracles ouviu os gritos de sua esposa e, com uma flecha, acertou as costas dele.

Esta foi talvez a mais trágica demonstração de sua ira, pois o manhoso centauro, antes de morrer, disse a Djanira que guardasse seu sangue e o usasse em um encantamento para manter para sempre o amor do herói. E assim Djanira teceu uma bela camisa que banhou com o sangue do centauro morto, de maneira a ficar completamente uniforme. No dia em que Héracles iria realizar um sacrifício aos deuses, em agradecimento à uma vitória comquistada, Djanira enviou-lhe o presente.
Héracles vestiu a camisa e foi tomado de dores terríveis e feridas incuráveis. Havia chegado o fim do grande guerreiro. Ao ver o que aconteceu com seu esposo, Djanira, tomada de remorso, suicidou-se. Hércules, agonizante, pediu que fosse levado ao monte Eta para cumprir o que havia sido dito por um oráculo: que ele terminaria seus dias naquele monte. Pediu aos seus amigos que fizessem uma pira e
queimassem o seu corpo mesmo antes de morrer. A pira foi preparada, e sobre ela deitou-se o herói. Enquanto as chamas ardiam, raios de sol brilharam forte no céu para fortalecer as labaredas, e uma nuvem de fumaça cobriu a pira, enquanto trovões soavam no céu. Quando seus companheiros buscaram os restos do herói nas cinzas da pira, nada foi encontrado, o que serviu como prova que seu corpo havia ascendido ao Olimpo. E, lá no alto, Hércules foi aceito como um dos imortais. E a própria Hera finalmente aceitou sua presença e apaziguou sua ira.
Heracles, então, recebeu a mão da deusa Hebe, da eterna juventude, como sua esposa.

http://www.facom.ufba.br/com112_2000_1/mitos/heracles.htm

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