Por Altamiro Borges, em seu blog
O editorial do jornal O Globo desta terça-feira (8) confirma
que os barões da mídia fizeram um pacto, não explícito, em defesa da revista
Veja. Como já ensinou o intelectual italiano Antonio Gramsci, apesar da cruel
concorrência no mercado, o capital se “funde como aço” quando os seus interesses
políticos e ideológicos estão em jogo. O conluio da máfia midiática confirma
esta tese.
No editorial intitulado “Roberto Civita não é Rupert
Murdoch”, a famiglia Marinho, dona das Organizações Globo, faz juras de amor ao
grupo rival. Para este império midiático, a revista Veja é alvo de “blogs e
veículos de imprensa chapa branca que atuam como linha auxiliar de setores
radicais do PT”. O Globo ama a Veja e detesta a blogosfera. Mais um ponto para
a blogosfera!
Comparação injusta
Na avaliação do jornal, o veículo rival é atacado “na
esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta”, mas ela é inocente. Os
“fragmentos de grampos legais da Polícia Federal” – verdadeiros petardos, como
provou a reportagem da TV Record –, não desabonariam a revista. Ela seria alvo
de uma manobra infernal das esquerdas contra a “liberdade de expressão”.
O Globo garante que comparar Roberto Civita, o capo da
revista Veja, com Rupert Murdoch, o mafioso midiático que está sendo
investigado pelo parlamento britânico, “é um toso exercício de má-fé”. Só se
for pelo tamanho do império. Neste caso, seria mais justo comparar o
conglomerado da famiglia Marinho com o de Murdoch. O decadente Grupo Abril, de
fato, não chega aos pés da News Corp!
Medo de queimar a língua
Apesar das juras de amor, o jornal O Globo parece temer o
pior. Tanto que o editorial afirma, com certa cautela, que “até aqui, nenhuma
das gravações divulgadas indica que o diretor de ‘Veja’ estivesse a serviço do
bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios”. Ele
teme queimar a língua. "Até aqui"! O que será que uma boa
investigação da CPI não pode comprovar?
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