terça-feira, 29 de maio de 2012

Juristas Aprovam Alteração na Lei que Descriminalização o Uso e Porte Individual de Drogas



Deu até no Jornal Nacional: a proibição das drogas está ruindo no Brasil! Ainda não é a sonhada legalização, mas estamos perto de conquistar a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. E não estou falando o processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.

 A proposta de descriminalização foi aprovada pela comissão de juristas que está elaborando a reforma do código penal brasileiro, que deve ser concluída em junho. Mas ela só vai valer se for aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado. O texto classifica como porte para uso pessoal quando a quantidade apreendida for suficiente para o consumo médio individual durante cinco dias. Essa definição de quantidade de acordo com cada droga deve ser estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A proposta determina que o uso drogas continua sendo criminalizado quando ocorrer na presença de crianças ou adolescentes ou nas proximidades de escolas e outros locais com concentração de menores. Nestes casos a pena permanece a mesma do artigo 28 da lei 11343/06 (multa, prestação de serviços comunitários ou comparecimento a programa ou curso educativo). 

“Nós ainda tratamos o usuário como criminoso, com todo o estigma que essa palavra carrega e isso faz com que se enfraqueça inclusive a atuação do estado na área da saúde pública. O grande traficante tem que ser punido severamente, sem dúvida, mas não é ele que a nossa polícia está alcançando nos dias de hoje”, afirma a integrante da comissão e defensora pública, Juliana Belloque. 

Apesar da problemática para a definição de uma quantidade para consumo durante cinco dias o projeto parece bem encaminhado. Mas é justamente nesta questão que precisamos estar atentos e prontos para defender uma quantidade que proteja os usuários pesados. No caso dos cultivadores a delimitação é ainda mais complexa, já que o rendimento de cada pé de cannabis é muito flutuante.

 E não podemos esquecer que ele precisa ser aprovado no Congresso e no Senado, onde as forças conservadoras são bem articuladas na base governista e na oposição e, infelizmente, o nosso lado não conta com a mesma força política. 
De nada vai adiantar a mudança na lei se a cultura repressiva permanecer forte e dominante. E nesse ponto o papel de mudar é todo nosso!

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